Música no Museu com entrada franca

Andante

Andante

A edição 2011 do projeto “Circulação Cultural”, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), trará o músico Edivan Freitas ao Museu de Biologia Mello Leitão. A apresentação será às 20h no próximo dia 13 (sábado), com entrada franca.

Andante é show homônimo do primeiro disco de Edivan Freitas.

Cantor, compositor e violonista com mais de quinze anos de experiência, o artista sintetiza nesta obra suas criações musicais construídas durante esses anos, elaboradas a partir de referências vindas dos “cancionistas brasileiros” (assim costuma dizer) – Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Milton Nascimento – e da diversidade de gêneros que cruzaram sua trajetória: samba, bossa nova, ritmos nordestinos, toadas regionais, Clube da Esquina, pop-rock da década de 80, música instrumental brasileira, jazz…No álbum, essas vertentes da canção estão presentes.

O título do disco extrapola o primeiro sentido recorrente que parece atrair: o de caminhante… caminheiro… algo “on the road”, como se pode pensar… Andante é uma das canções da obra e sua semântica tende mais para o sentido musical da palavra: um tipo de andamento musical, um dos movimentos de uma sinfonia, uma indicação de dinâmica mais lenta… Tem como tema a desconstrução de ritmos (“anti-baião”, “coco cansado/ de ganzá enguiçado”, “rock sem rumo”) para só sobrar o ritmo lento do “… coração num tom de tambor/de baque baqueado…”, cantado no refrão desta toada-conceitual-caipira, com viola de dez e tudo, bastante urbana, apesar do leve “cheiro de mato”.

Talvez seja isso que tenha proporcionado tanto sucesso para Andante, premiada no 1º Festival Nacional da Canção da Faculdade Santa Marcelina – SP, em 2007, num júri composto por ninguém menos que Arrigo Barnabé, Carlos Calado e Lincoln Antonio. E este álbum reflete esse “andar”: ali está o samba nas faixas “Vira-Lata” (o elogio aos que não tem “berço de ouro” ou “pedigree”) e “De Zica” (em homenagem à dona de um famoso salão que cuida dos cabelos afros sem chapinha, preservando a “beleza natural”…); o jazz e a bossa-nova em “Medida” (com participação do pianista Turi Collura); a toada em “Catraieiro”; a balada pop “Vitral (com participação do pianista Fabiano Araújo); a world music misturada à percussão afro-latina e a loopings eletrônicos em “Berimbau Universal”…

O disco Andante é uma celebração da canção em suas possibilidades várias. E o show é a expressão desses instantes criativos para o público, que com certeza vai perceber e sentir o dedo fecundo, minucioso tanto da produção de Raphael Herdy e Rodolfo Simor, do estúdio Feito a Mão, quanto de Edivan Freitas – que demonstra um perfeito domínio da arte da palavra através de finas melodias recheadas de versos poeticamente incorrigíveis

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