Ruschi e as Florestas

Reserva Biológica de Sooretama

Reserva Biológica de Sooretama

Em 23 de fevereiro de 1948, Augusto Ruschi, em uma palestra no Conselho Florestal do Espírito Santo observava que a “humanidade mais do que em qualuer outro tempo” não podia dispensar a exploração das reservas tropicais, “mas por isso também precisa que se não destrua a vegetação florestal”.

Na mesma palestra Ruschi advertia que a existencia do Código Florestal por si mesma não era garantia para a preservação das matas capixabas. “Não poderemos portanto continuar a esperar os resusltados desse estatuto , para salvar alguma cousa do pouco que existe ainda, precisaremos descobrir uma atlho”. E sugeria “para darmos o passo inicial para a solução do Problema Floresta espiritosantense, considerarmos todas as terras devolutas cobertas de florestas, imunes de corte e de qualuqer exploração, considerando-se Reservas Florestais Estaduais, até que se tenha feito o levantamento fitofisionômico, por parte do Serviço Florestal e demais serviços encarregados para tal fim.

Ruschi alerta, já na época, o risco de que repetisse o ocorrido com as matas que protegiam o Rio Doce, que “em 1923 se estendiam por mais de 20 mil kilometris quadrados” e das quais restaram apenas vestígios, “apesar de serem em seu gênero, as únicas existentes no Universo”. Com isto, diz Ruschi, “perde a ciência um dos grandes manaciais desconhecidos para o futuro de muitos ramos das ciências biológicas.”

Ruschi, A. 1949. Orientação para a defesa e desenvolvimento do Patrimônio Floresta do Estatdo do E. Santo. Boletim do Museu Prof. Mello Leitão – Série Proteção à Natureza. n.1 de 26-6-1949.

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