Após a apresentação pelo Diretor do Museu da situação atual da Instituição, os representantes da SAMBIO fizeram uma solicitação ao Deputado Paulo Foletto que assim como foi feito na Câmara dos Deputados, ele continuasse reunindo o apoio da bancada capixaba e de outros estados para uma mais rápida tramitação no Senado da Lei que cria o Instituto Nacional da Mata Atlântica e transfere o Museu Mello Leitão para o âmbito do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Em seguida foi exposto aos presentes, que para este período de transição, o Museu necessita de um apoio direto do Governo do Espírito Santo, visando manter o enorme patrimônio constituído em suas Coleções Biológicas e também, os trabalhos de pesquisa sobre a biodiversidade da Mata Atlântica desenvolvidos em parceria com o Museu.
Para isto foi solicitado ao Secretário Jadir José Pela, que a Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação fizesse investimentos emergências no Museu, bem como a FAPES órgão de financiamento da Pesquisa no ES, elaborasse editais disponibilizando recursos para as coleções e permitindo que os pesquisadores associados ao Museu pudessem apresentar propostas nos editais relativos as pesquisas da biodiversidade e a orientação de alunos.
Foi entregue ao Secretário um documento onde constam as necessidades mais imediatas do Museu para que ele possa atravessar este período de transição até a consolidação do Instituto Nacional da Mata Atlântica. (Documento)
Finalizando a visita os presentes foram convidados a conhecer as instalações das Coleções Biológicas e o espaço da antiga casa de Augusto Ruschi, onde funcionam a administração e a biblioteca.
O Museu atualmente atua tanto na área de museu propriamente dito com trabalhos voltados para educação e difusão científica na área de biodiversidade e na área de pesquisa e investigação científica. O principal tema das pesquisas apoiadas pelo Museu, é a biodiversidade (variedade de seres vivos) da Mata Atlântica no estado do Espírito Santo.
A área de museu, focalizada em ações educativas, tem recebido apoio do IBRAM e um pequeno apoio da Prefeitura de Santa Teresa, por intermédio de convenio com a SAMBIO – Associação de Amigos do Museu Mello Leitão. Este trabalho coletivo trouxe a Santa Teresa e ao Museu no ano passado perto de 80 mil visitantes.
Na área de pesquisas, focalizada no estudo da biodiversidade, o Museu acumulou ao longo dos anos um grande acervo de publicações sobre a Mata Atlântica, além de uma importantíssima coleção biológica. A Coleção Botânica abriga mais de 42 mil amostras de plantas conservadas como exsicatas (ramos secos com folhas, flores e frutos), flores em meio líquido, e amostras de madeira. A Coleção Zoológica conta hoje em seu acervo com mais de 70 mil exemplares distribuídos nos seguintes grupos: Anfíbios (7.242 lotes), Aves (7.644 lotes), Mamíferos (3.564 lotes), Peixes (7.210 lotes) e Répteis (3.178 lotes). A coleção zoológica está completamente informatizada e é compartilhada na rede mundial de computadores por meio do Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA). Estas coleções são utilizadas por pesquisadores e estudantes de pós-graduação do Brasil e do exterior que acessam este material em visitas ao Museu e em pedidos de empréstimos. Apesar deste valioso acervo científico o apoio recebido do IBRAM para esta área resume-se hoje a apenas dois estagiários de graduação.
Considerando as manifestações das autoridades presentes, a SAMBIO espera que num breve espaço de tempo estas carências básicas possam ser sanadas de forma emergencial pelo Governo do Estado do Espírito Santo. E que, a aprovação na câmara da PL7437/2010 e sua efetiva concretização pelo Governo Federal, venha por fim dar ao Museu Mello Leitão o espaço de reconhecimento que ele merece.
