Conhecendo o Museu de Biológia Prof. Mello Leitão – I

Augusto Ruschi (1915-1986)

Augusto Ruschi (1915-1986)

O FUNDADOR DO MUSEU DE BIOLOGIA PROF. MELLO LEITÃO

O Museu de Biologia Professor Mello Leitão é o legado de décadas de trabalho do naturalista capixaba Augusto Ruschi (1915-1986). Desde a infância, Ruschi se interessava por observar e coletar plantas e insetos.

Aos dezoito anos, já organizava cientificamente suas coleções, acervo-base do futuro museu. Ruschi foi responsável por identificar, registrar e catalogar centenas de espécies de animais e vegetais, sobretudo beija-flores – família de aves que o fascinava a ponto de ter se tornado um dos maiores especialistas mundiais no assunto.

O naturalista teve ainda papel de destaque na criação de parques e reservas no Espírito Santo, no ativismo em prol da contenção do desmatamento e do alerta sobre o impacto ambiental causado pelas indústrias.

É considerado o Patrono da Ecologia no Brasil e um ícone da luta pela preservação do meio-ambiente.

O Museu de Biologia foi fundado por Ruschi em 26 de junho de 1949 como uma organização privada sem fins lucrativos, logo reconhecida como de utilidade pública. Batizou a instituição com o nome de “Mello Leitão”, homenageando seu professor e amigo Cândido Firmino de Mello Leitão, com quem trabalhou no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro a partir de 1937.

O museu foi instalado na “Chácara Anita”, de propriedade do fundador, que tinha por objetivo utilizar a instituição não apenas como depositária de suas coleções científicas, mas como base para suas pesquisas e um instrumento de suporte para a política estadual de meio-ambiente.

Augusto Ruschi (1915-1986)

Augusto Ruschi (1915-1986)


Para dar início às atividades científicas do museu, juntou todos os levantamentos que havia realizado até então e começou a publicar os seus trabalhos. A primeira edição do Boletim do Museu de Biologia Professor Mello Leitão foi disponibilizada no mesmo ano em que o museu foi fundado.

Nas décadas seguintes, o museu conseguiu projeção nacional e internacional, sobretudo pelas pesquisas desenvolvidas no âmbito da história natural do Espírito Santo e dos beija-flores brasileiros.

Em 1984, dois anos antes de sua morte, Ruschi doou o Museu de Biologia Professor Mello Leitão e suas reservas à Fundação Pró-Memória do Ministério da Cultura. Posteriormente, a instituição passou a integrar o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e, após a sanção da Lei n.º 11.906, o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM).

Atualmente, o Museu de Biologia é uma das mais importantes referências brasileiras no que se refere à pesquisa da biodiversidade da Mata Atlântica, sobretudo no estado do Espírito Santo, desenvolvendo trabalhos de botânica, comportamento, ecologia e biogegrafia de grupos de animais do estado. Também possui forte atuação na área educacional, recepcionando anualmente milhares de visitantes, sobretudo dos municípios capixabas. O Boletim do Museu de Biologia Professor Mello Leitão é distribuído para mais de 500 instituições do Brasil e de outros 73 países.

Em 2003, o museu recebeu o Prêmio Muriqui, concedido pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica para os trabalhos e atividades mais significativos em benefício da proteção da biodiversidade, do desenvolvimento sustentável ou do conhecimento científico da Mata Atlântica.

Fonte: http://pt.wikipedia.org

A carência de uma atuação integrada do governo em relação a Mata Altlântica e a importância do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão nesta área, determinou a constituição em maio de 2001 do “Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar proposta de criação e formas de implantação da “Organização de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica Central – OAC”. Desde então, o Museu vem sofrendo as consquências das idenfinições políticas e pouco caso com o patrimônio científico e ambiental brasileiro. Passados 10 anos o Museu segue aguardando um definição de sua transferência para o Ministério da Ciências e Tecnologia e sua incorporação como Instituto Nacional da Mata Atlântica.

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