Gavião Real volta a Santa Teresa

Nilo Tradim

Foto ilustrativa:Jovem gavião-real (Harpia harpyja) criado em cativeiro em Curionópolis (PA) e entregue ao Instituto Chico Mendes (ICMBio).
Foto do Globo Amazônia, em São Paulo
http://www.globoamazonia.com

Pesquisadores descobriram nas florestas do município a presença da ave rara, que não era avistada há mais de 30 anos.

Um grupo de pesquisadores capixabas descobriu nas florestas de Santa Teresa uma das maiores aves do planeta, considerada extinta na região serrana do Espirito Santo, o gavião real(Harpia harpyja).
O pássaro gigante, que chega a pesar nove quilos e medir 2,5 metros de ponta a ponta das asas, foi avistado na Reserva Biológica (Rebio) Augusto Ruschi durante uma missão científica que captou imagens e sons do majestoso animal.
Sem registro, há mais de 30 anos, quando duas dessas aves de rapina de foram empalhadas pelo Museu Mello Leitão, o retorno do gavião real indica, segundo os cientistas, que há matas nativas bem preservadas em estágio ainda primitivo no município.

Outras, aves raríssimas, também foram detectadas pelo estudo em andamento na reserva, como beija-flor-de-topetinho, beija-flor-gravatinha, sebinho-campainha, beija-flor-de-garganta-rajada, o gavião-de-penacho e macuco segundo o engenheiro florestal José Eduardo Simon, que coordena o projeto “Amostragem de Longa Duração da Avifauna”.

O primeiro sinal da presença do gavião-real da região foi quando casualmente foram gravados em um ponto de escuta os pios de um exemplar logo ao amanhecer.

Segundo Simon, a única foto que comprova a existência do gavião real na Rebio foi tirada por um puro golpe de sorte.
“Ele pousou por alguns segundos em um galho na encosta onde a equipe capturava pequenas aves com rede de náilon. O biólogo Romenique Raton estava com a câmara e registro sem muita chance de enquadramento. “Uma raridade”, disse Simon.

“Eles ficam empoleirados, quietos,à espreita difícil de ver. São raros por natureza porque ocupam o topo da cadeia alimentar”, destaca o pesquisador Tomaz Dressendorf de Novaes, que conseguiu os valiosos registros do canto do gavião-real. Nos últimos dois anos ele foi visto apenas quatro vezes, mas há dezenas de horas de gravação do seu canto.

Segundo Tomaz, o desmatamento acelerado na região é o principal motivo do declínio não só da Hárpia, mas também do gavião-de-penacho, uru-capoeiro e outros.

Fonte:Publicado no Jornal “A Tribuna” de 9 de dezembro de 2012
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2 pensou em “Gavião Real volta a Santa Teresa

  1. Parabéns pelo trabalho e encontro dessa raríssima espécie. Espero que seja vista mais vezes em nossa região e que tenha-se notícias da sua reprodução. Confio no trabalho dos biólogos, quanto às pesquisas e conscientização das pessoas para que as mesmas se sensibilizem na importância da preservação ambiental.

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