Vice-Governador do ES no Seminário do INMA

20151022
Em palestra sobre Ruschi, Colnago diz que cientista previu seca no ES

“Cortam as matas ignorando tudo o que está dentro. Ninguém quer saber que lá têm milhares de animais, centenas de milhares de espécies de insetos, de plantas, que fazem o seu equilíbrio. E o equilíbrio natural é complexo, onde às vezes a ausência de um elemento pode causar uma falha muito grande. O homem é que perturba e desequilibra”.

Citando o cientista e naturalista capixaba Augusto Ruschi (1915-1986) o vice-governador César Colnago abriu na manhã desta quinta-feira, (22), o Seminário “Augusto Ruschi no Cenário da Difusão Científica”, realizado no Museu de Biologia Professor Mello Leitão, atual Instituto Nacional da Mata Atlântica, no município de Santa Teresa. O evento contou com a presença de palestrantes renomados na área de ciência e difusão científica.

O vice-governador enfatizou que “é muita coincidência, seja a ser profético, que no ano do centenário de nascimento de Augusto Ruschi o Espírito Santo vivencie uma das piores crises hídricas de sua história. Foi Ruschi que deu os primeiros gritos de alerta sobre um futuro sombrio e desértico no território capixaba”, lembrou.

Para uma plateia formada por estudantes, professores e pesquisadores da área de ciências biológicas, César Colnago relatou que os efeitos da estiagem prolongada é uma prioridade na pauta do Governo e, diante do agravamento da situação, foram editadas medidas declarando o cenário de alerta frente ao prolongamento da escassez hídrica para assegurar abastecimento humano e animal em todas as bacias hidrográficas de domínio estadual, estabelecendo uma série de restrições ao uso da água.

“O envolvimento da sociedade nesse processo é fundamental. Para se ter uma ideia, de janeiro a agosto foram economizados 9 bilhões de litros de água pela população. Agora, com o agravamento da crise, uma mudança radical dos hábitos de consumo torna-se ainda mais urgente. Por isso, o Governo do Estado alerta a população para a necessidade de intensificar as medidas de economia e de uso racional da água, como forma de evitar que a situação não fique ainda mais crítica”, salientou.

Colnago também citou que outras ações emergenciais para o enfrentamento da crise hídrica já foram colocadas em prática pelo Governo, como a criação de Unidades de Conservação de Água (Jucu, Benevente e Santa Maria da Vitória), a implantação do sistema de produção e distribuição de água do Rio Reis Magos e a utilização da barragem de Rio Bonito, da EDP, para fortalecer o abastecimento da Grande Vitória.

“Precisamos evoluir, consertar antigos hábitos. É possível avançar e foi isso que Augusto Ruschi sempre sinalizou para todos nós. Temos que olhar para o horizonte, refletir as questões ambientais para garantirmos uma equação que garanta mais sustentabilidade que sirva de exemplo. Não basta apenas chover, precisamos restaurar nossa cobertura florestal e cuidar dos mananciais”, assinalou Colnago.

Segundo Colnago, “o combate à poluição e à degradação ambiental de que tanto nos alertava Augusto Ruschi e a elaboração de um plano de reservação de água para enfrentar o déficit hídrico, recuperação e preservação de cobertura florestal e das nossas nascentes são caminhos sem volta para uma governança responsável, que opera no presente com os olhos nas futuras gerações”.

As diretrizes adotadas pelo Governo do Estado no Planejamento Estratégico 2015-2018 para as áreas de meio ambiente e agricultura também preveem a construção de 60 novas barragens, o que representa um investimento de R$ 60 milhões, e a ampliação da cobertura vegetal em 80 mil hectares. Com relação à captação de água nos rios, o objetivo é ampliar o volume de água reservada em 100 milhões de metros cúbicos, que serão distribuídos em barragens públicas e privadas por todo o Espírito Santo.

O programa Águas e Paisagens, anunciado recentemente pelo governador Paulo Hartung, vai possibilitar investimentos superiores a R$ 1 bilhão em saneamento básico, na ampliação da preservação e conservação das margens de rios e regiões de nascentes e na ampliação da cobertura vegetal em áreas estratégicas, o que, consequentemente, vai contribuir para que o Espírito Santo alcance uma maior segurança hídrica em período de eventos extremos (falta e excesso de água).

De acordo com o planejamento estratégico do Governo, somente nos anos de 2015, 2016 e 2017 o Programa Reflorestar irá possibilitar o início de processos de recuperação em aproximadamente 20 mil hectares, envolvendo o atendimento de cerca de quatro mil propriedades e investimentos da ordem de R$ 80 milhões, provenientes do Fundágua.

Painel

Dentro da Agenda do Centenário de Augusto Ruschi o seminário também apresenta o painel “Expectativas para Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), cuja criação foi um passo importante no desenvolvimento de pesquisas da biodiversidade capixaba”.

“Tive a satisfação de contribuir nesse debate ao relatar favoravelmente na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados pela criação do INMA. A transformação do antigo Museu Professor Mello Leitão – que dispõe de valiosa coleção zoológica e botânica – em Instituto Nacional da Mata Atlântica passando a integrar o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, significa mais recursos e investimentos em pesquisa”, explicou o vice-governador.

Fonte: http://www.es.gov.br/

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