Os Terenas

Artigo publicado na Revista “Expressão” – Ano 1 – Edição Nº 3 – setembro de 1997
Menina da etnia Terena

Menina da etnia Terena

Agosto de 2004, perto da feira central, no bairro de São Francisco, caminha uma jovem índia carregando na cabeça uma grande bacia com guariroba e outros produtos da aldeias. Ela os oferece timidamente a quem passa e também batem às portas das casas na esperança de vender toda a carga. Para os que não apreciam o sabor da guariroba, há o pequi; quanto ao preço, ela reduz o possível para não perder o freguês. Na conversa, diz que é terena e que seus filhos estudam na escola da aldeia urbana de campo Grande.

Terena era provavelmente o povo indígena que habitava aqui quando a comitiva fundadora de José Antonio Pereira chegou. Tudo indica que eles constituam a matriz indígena da população de Campo Grande. O Censo de 1991 pela primeira vez os contou separadamente e indicou 1.336 índios em Campo Grande, em sua maioria Terena.

Os Terena constituem a segunda maior população indígena do Estado com aproximadamente 20 mil indivíduos, recenseados no início da década de 90. A maioria de sua população ainda vive nas aldeias, mas um número crescente de Terena tem migrado para as cidades para viver como índios desaldeados.

Desde a Guerra do Paraguai, o território Terena, inicialmente espalhado entre os rios Miranda e Aquidauana, foi reduzido em mais de 2 mil hectares. Das 12 áreas em que vivem as principais são: Lagoinha, Água Branca, Bananal e Ipegui em Taunai; Limão Verde e Córrego Seco em Aquidauana; Buriti em Sidrolândia; Brejão em Nioaque e área do Desbarrancado em Campo Grande.

A língua e costumes descendem do tronco Aruak, assim como os Parecis e outros.Os Terena têm a tradição da agricultura e é a nação indígena que melhor se adaptou à economia do civilizador no Estado, graças a sua tradição de índios pacíficos e que se subordinam com facilidade às relações hierárquicas.

Então divididos em dois grandes grupos: os Xumanô e Subiribianô. Quanto à organização interna, os Terena obedecem a uma escala hierárquica com denominação de Naati, Waherti, Txamé e Kauti. Entre esses extratos ou camadas estão os integrados e os cativos, compondo uma rica e complexa cultura no modo de vida das aldeias Terena
.
Os que sobreviveram nas aldeias produzem Bens comercializáveis como o palmito, feijão verde, milho, mandioca, jenipapo, laranja, caju, pequi, etc. Os Terena são uma referência na cidade de Campo Grande onde comercializavam seus produtos na feira indígena do mercadão, na feira central e pelas ruas centrais da cidade.

Fonte: http://www.educamor.net/cg/indios_terena.htm
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