Pesquisas na Mata Atlântica

Pesquisa revela novo minissapo na mata atlântica do Paraná

O sapinho Brachycephalus tridactylus, nova espécie descoberta na mata atlântica

A já considerável galeria de minissapos da mata atlântica acaba de ganhar mais um simpático integrante. Com menos 1,5 cm de comprimento e três dedos nas patas de trás, o bichinho, batizado de Brachycephalus tridactylus, acaba de ser descrito formalmente em artigo na revista científica “Herpetologica”.

A nova espécie foi encontrada em florestas acima de 900 m de altitude na Reserva Natural Salto Morato, cuja administração fica a cargo da Fundação Grupo Boticário. A reserva fica no município de Guaraqueçaba, no Paraná.

Segundo o biólogo Michel Varajão Garey, pós-doutorando da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de São José do Rio Preto e responsável pela descrição do animal, sabe-se muito pouco sobre os anfíbios brasileiros que vivem em altitudes elevadas.

Pesquisadores descobrem 17 novas aranhas na Mata Atlântica

Pesquisadores do Laboratório Especial de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan descobriram 17 novas espécies de aranhas na Mata Atlântica brasileira. Há seis anos, trabalhando no projeto internacional, que envolve outros 20 pesquisadores no mundo inteiro, o estudo abrange aranhas da família Oonopidae e catalogou em todo o planeta 1.016 exemplares dessa espécie.

O biólogo e pesquisador do Laboratório Especial de Coleções Zoológicas, Antonio Brescovit, explicou que no início do projeto eram conhecidas 300 aranhas da espécie. “Esse grupo foi um dos mais interessantes que achamos porque ele tem o aspecto totalmente diferente dos bichos que nós conhecíamos aqui. A face dela é modificada e lembra a do ser do filme O Predador, motivo pelo qual o nome dado ao gênero foi Predatoroonops”. As 17 espécies tem nomes de coisas ou personagens relacionados ao filme, que completa 25 anos este ano.

As aranhas têm de 1,8 a 2,10 milímetros. Brescovit ressaltou que a descoberta é importante para o conhecimento da biodiversidade global dessa família e que também existe na Mata Atlântica. “São animais pequenos, a grande maioria de solo e copa de árvores e não se conhece nada desse tipo de fauna. Talvez no futuro possa-se estudar mais e conseguir algum produto desses animais”, disse.

O trabalho foi interrompido quando um incêndio atingiu, em 2010, o setor de coleções do Butantan, destruindo boa parte dos 77 mil exemplares de serpentes e 450 mil de aranhas e escorpiões.

Publicação.

Mata atlântica foi esvaziada de mamíferos, afirma pesquisa

Reinaldo José Lopes – Editor de “Ciência+Saúde”

O tamanduá-bandeira (nome científico: Myrmecophaga tridactyla)

O termo parece um palavrão e, de fato, a situação que descreve não é nada bonita: “desfaunação”. Ou seja, o sumiço da fauna -um fenômeno que parece ter afetado 80% da mata atlântica que ainda resta numa região vasta, que vai do leste de Minas Gerais a Sergipe.

Nessas regiões, uma hecatombe parece ter exterminado quase todos os mamíferos com mais de 5 kg -mesmo quando a floresta, à primeira vista, está intacta, mostra um novo estudo, publicado na revista científica “PLoS ONE”.

A pesquisa, feita por uma equipe que inclui os brasileiros Gustavo Canale, da Unemat (Universidade do Estado de Mato Grosso), e Carlos Peres, da Universidade de East Anglia (Reino Unido), envolveu um levantamento numa área de mais de 250 mil km2 de mata atlântica.

Com ajuda de imagens de satélite, os pesquisadores mapearam os principais fragmentos de floresta na região e fizeram levantamentos da fauna em parte deles.

Nos demais casos, entrevistaram moradores da zona rural, em busca de informações sobre as espécies.

O resultado: de uma lista de 18 espécies de mamíferos que já foram comuns na mata atlântica, só quatro, em média, ainda ocorrem por fragmento de mata com tamanho entre 50 hectares e 5.000 hectares.

Mesmo em trechos considerados grandes para o estado atual da mata atlântica (os com mais de 5.000 hectares), só sete espécies, em média, ainda estavam presentes.

Na prática, isso significa que bichos como onças-pintadas, tamanduás-bandeiras e antas estão praticamente extintos nesse pedaços da mata atlântica.

A explicação, segundo os pesquisadores, é simples: mesmo quando a mata não era derrubada, a caça nessas regiões continuou e ainda hoje é muito comum, o que acabou com as espécies grandes.

A situação só é diferente, afirmam eles, nos fragmentos que também são áreas protegidas por lei

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br